


Muita marcação, com duas linhas de quatro, formada por defensores e meio-campistas. Mais cautela, do que ousadia, aguardando o erro do adversário. Contra-ataques rápidos. Muita força, pouca criatividade, mas eficiência. Esse parece ser o “futebol-padrão” jogado nesta Copa do Mundo por uma série de seleções – e a Eslovênia, ao fazer 2 a 0 nos Estados Unidos no primeiro tempo parecia provar que esta receita veio para ficar. Mas os americanos, com um futebol desorganizado, mas empolgante, conseguiram empatar a partida no segundo tempo.
Com o mesmo time que venceu a Argélia por 1 a 0 num jogo sofrível, porém com mais rapidez e disposição, a Eslovênia chega a quatro pontos no grupo C, enquanto os EUA somam dois e deixam para a última rodada a definição dos classificados.
Com Torres, um meia com características ofensivas, no lugar do volante Clark, os EUA sabiam que a partida contra a Eslovênia era uma espécie de decisão. Mas a equipe decepcionou. Logo aos 13 minutos, numa falha de marcação, Birsa recebeu livre, olhou a posição do goleiro e marcou um belo gol.
Os EUA até melhoraram um pouco ainda no primeiro tempo, mas foram pouco eficientes nas oportunidades que criaram. E quando o gol de empate americano parecia óbvio, a Eslovênia voltou a marcar, num contra-ataque mortal, com Ljubijankic.
Com o presidente da Fifa, Sepp Blatter, na platéia e grande apoio da sua torcida, os Estados Unidos mostraram muita disposição, mas uma incrível capacidade de errar passes e perder bolas dominadas. No segundo tempo, com um gol de Donovan logo aos 3 minutos, os americanos deram a impressão que iam reagir, mas logo a partida voltou ao seu ritmo “normal”, enrolada no meio de campo.
Depois de muito insistir, finalmente, numa rara falha de marcação da defesa eslovena, o zagueiro Bradley empatou a partida. E dois minutos depois, os EUA quase viraram, mas o juiz anulou o gol americano.

Se na primeira rodada a Alemanha se tornou sensação após marcar quatro gols e mostrar um futebol envolvente, nesta sexta-feira os germânicos conheceram o outro lado da moeda. Com uma arbitragem rigorosa, que rendeu a expulsão do artilheiro Klose logo no primeiro tempo, somado ao desperdício de um pênalti na segunda etapa, os alemães acabaram derrotados pela Sérvia por 1 a 0, em partida realizada em Port Elizabeth.
Além de ficar registrado como a primeira derrota da Alemanha e a segunda zebra deste Mundial, o jogo que abriu a segunda rodada do grupo D também será lembrado como o de maior número de cartões desta Copa. Foram nove no total, contra seis mostrados em França x México e Inglaterra x Estados Unidos, tudo graças ao rigor do espanhol Alberto Undiano.
Desde o início da partida, a Alemanha percebeu que não teria a mesma facilidade encontrada diante da Austrália, quando goleou por 4 a 0.
Pela frente, os habilidosos alemães encontraram uma forte defesa que, se estava desfalcada de Lukovic, foi comandada por Vidic, eleito um dos melhores zagueiros do mundo.
Mesmo assim, o confronto entre a criatividade alemã e a força sérvia começou a ficar em segundo plano logo aos 12min, quando o atacante Miroslav Klose recebeu um cartão amarelo por uma jogada relativamente “leve”. Antes dos 25min, outros três amarelos foram distribuídos (dois para a Alemanha e uma para a Sérvia), apesar de o jogo não ser violento.
Os alemães, no entanto, sentiram dois golpes em menos de um minuto. Klose, aos 37min, recebeu o segundo amarelo e, consequentemente, foi expulso, após outra falta típica de jogo. No lance seguinte, os sérvios fizeram boa trama ofensiva e conseguiram abrir o placar com Jovanovic.
Em vantagem, os sérvios voltaram para a segunda etapa dispostos a apostar no contra-ataque. Vidic, no entanto, quase complicou os planos da sua equipe, após colocar a mão na bola dentro da área. Podolski, por sua vez, desperdiçou a chance do empate e completou o "apagão polonês" da seleção da Alemanha.
A vitória desta sexta-feira deixou a Sérvia com os mesmos três pontos da Alemanha. Gana, que irá enfrentar a Austrália neste sábado, também venceu na primeira rodada e pode abrir vantagem diante dos rivais.