sábado, 12 de junho de 2010

Campanha contra Paralisia Infantil Vacina 6,5 milhões no País


O balanço parcial divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que pelo menos 6,5 milhões de crianças foram vacinadas na primeira etapa da campanha de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) neste sábado.

Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa não inclui boa parte dos imunizados em Estados que tiveram problemas pontuais na coleta de informações ou que ainda estão atualizando os dados.

"A quantidade de crianças imunizadas em todo o Brasil foi muito maior. Acontece que alguns Estados deixam para computar os dados no vacinômetro só após o término da vacinação, bem no fim do dia", explica a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações, Carmem Osterno.

Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná informa que municípios paranaenses tiveram problemas no acesso à internet e, por isso, não digitalizaram os dados.

Um novo balanço da vacinação contra a paralisia infantil será divulgado no início da semana que vem. "Estamos confiantes de que atingiremos a meta de imunizar 95% dos menores de cinco anos", afirma Carmem Osterno. O público-alvo da campanha são 14,6 milhões de crianças nessa faixa etária.

Para esta etapa, o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 24 milhões de doses da vacina. A segunda dose será aplicada no dia 14 de agosto.

Corinthians continua na espera por propostas da Europa


Dentinho, Chicão, Elias e Jucilei. Nenhum dos jogadores cotados para sair recebeu proposta oficial de clubes europeus. Por causa da crise econômica na Europa, dirigentes do Corinthians acham que dificilmente o clube conseguirá negociar todos eles na janela de transferências. Um dos cartolas disse que se dará por feliz se o clube conseguir, enfim, vender Dentinho para fazer caixa.
A saída do atacante não seria tão lamentada porque o time tem o meia argentino Defederico, que poderia jogar na mesma posição. Já o mesmo não aconteceria se a equipe perdesse Elias, sem substituto, apesar das contratações de Paulinho, junto ao Bragantino, e Bruno César, vice-campeão paulista com o Santo André.

Mesmo com tantas indefinições, o Corinthians lidera o Campeonato Brasileiro com 17 pontos - tem a mesma pontuação que o Ceará, mas ganha no saldo de gols. O time, de folga até a próxima semana, só volta a campo no dia 14 de julho, justamente contra a equipe cearense, pela oitava rodada do Brasileirão.

Deficientes podem acompanhar a Copa pela 1ª vez no estádio com assistência


O Mundial de 2010 não é inédito só por conta da escolha da África do Sul como o primeiro país-sede do continente africano a receber um evento deste porte, mas também por a única Copa do Mundo da história a ser adaptada a necessidades de portadores de deficiência visual e auditiva. Eles recebem assistência especial nos estádios, além de poderem acessar as transmissões dos jogos adaptadas às suas necessidades no site da Fifa.
Dos 10 estádios preparados para receber as partidas da Copa do Mundo, seis têm, cada um, quinze lugares reservados exclusivamente para deficientes visuais. 19, do 64 jogos que serão disputados no Mundial de 2010, oferecem transmissão direta de áudio para fones de ouvido fornecidos pela Fifa. Seis voluntários estão designados para auxiliar o deficiente visual nos locais de jogos.

Já para os deficientes auditivos, todos os 64 jogos terão transmissões comentadas em linguagem de sinais por meio do site da Fifa. A iniciativa é uma parceria da entidade com as associações de portadores de deficiência auditiva da África do Sul.

De acordo com Joseph Blatter, dirigente máximo da Fifa, a adaptação de estádios e transmissões é mais um passo para a popularização total do futebol. "O futebol é um esporte universal e tem de ser acessível a todos", afirmou em nota distribuída pela entidade. 70 milhões de deficientes auditivos em todo o mundo terão acesso às transmissões adaptadas no site da Fifa.

Após interesse do Lyon, Hernanes vira alvo da Juventus


O volante Hernanes já pode pensar em arrumar as malas. Depois do interesse do Lyon, agora quem pensa em contratar o jogador é a Juventus, da Itália. Segundo o jornal Corriere dello Sport, a equipe dos brasileiros Diego, Felipe Melo e Amauri estaria disposta a desembolsar R$ 33 milhões, aproximadamente metade do valor da multa rescisória.
Os dirigentes do São Paulo sabem que, com um valor desses, dificilmente o clube conseguiria segurar o atleta. Mas se o negócio se concretizar, Hernanes só deverá sair depois da disputa da Copa Libertadores. O clube do Morumbi encara o Internacional nos dias 28 de julho, em Porto Alegre, e 4 de agosto, em São Paulo.

Visita

Antes de se apresentar ao técnico Dunga, o meia Kaká passou alguns dias no Reffis do clube. Desta vez, foi a vez do seu irmão Digão se tratar no local. O zagueiro se recupera de uma lesão na sola do pé direito. "Todo jogador quando se machuca, já pensa no São Paulo em primeiro lugar. Aqui a recuperação é muito rápida", elogiou o jogador.

Na última temporada, Digão atuou emprestado por um clube da segunda divisão italiana. Mesmo com contrato até 2013 com o Milan, o defensor espera ser emprestado novamente. Ele quer ganhar mais experiência para um dia brilhar como o irmão no time milanês. "Fiquei seis meses emprestado e estou voltando para o Milan. Mas quero ser emprestado de novo para estar jogando com mais frequência. Para me firmar melhor", concluiu.

Governistas vencem eleições na Eslováquia, mas oposição obtém maioria

BRATISLAVA - Os social-democratas venceram as legislativas realizadas neste sábado, 12, na Eslováquia, mas a oposição de centro-direita conseguiu obter uma maioria capaz de desbancar a coalizão liderada pelo primeiro-ministro, Robert Fico, debilitado por um escândalo sobre o financiamento ilegal de seu partido.

As repetidas acusações de corrupção e irregularidades no financiamento do partido governamental abalaram a popularidade de Fico durante toda esta legislatura.

Segundo uma pesquisa do instituto Focus, o partido governista Direção-Social Democracia (Smer) teria vencido as eleições com 29,7% dos votos, resultados que melhoram ligeiramente sua posição em relação ao pleito de 2006, mas que ficaria cinco pontos abaixo das intenções de voto divulgadas pelas pesquisas em maio.

Após o Smer, estão três partidos de centro-direita: a União Democrata Cristã da Eslováquia (SDKU), com 18,1% dos votos; o partido Liberdade e Solidariedade (SaS), que teria obtido 11,6%; e o Movimento Cristão Democrático (KDH), com 9,1%, anunciou a emissora "TA3" após o fechamento das urnas.

Se esses três partidos estabelecerem uma aliança e atraírem o voto de algum dos dois partidos da minoria húngara, eles contariam com uma cômoda maioria para formar um Governo liderado por Iveta Radicova, que se tornaria a primeira mulher a liderar o país.

O Partido Nacional da Eslováquia (SNS), do ultranacionalista Jan Slota, acabou se tornando o último partido do Conselho Nacional da República Eslovaca (Parlamento), com 6,3% dos votos, após ter sido a terceira força parlamentar. "Esta legislatura verá à criação de uma autonomia no sul do país.

É uma má notícia para a Eslováquia", disse Jan Slota, decepcionado, em referência à suposta intenção autonomista da minoria eslovaca de nacionalidade húngara, que constitui 10% da população. Segundo a pesquisa, o Governo teria sofrido um forte golpe pela baixa votação do aliado Movimento pela Eslováquia Democrática (HZDS), do ex-primeiro-ministro Vladimir Méciar.

Se confirmado o resultado da pesquisa, o HZDS obteria apenas 4,3% dos votos e, por não superar a barreira de 5%, ficaria de fora do Parlamento.

A saída do Parlamento do Meciar seria outra das surpresas dessas eleições, que marcaram o ocaso de um dos políticos mais carismáticos e polêmicos da transição política da jovem república do Danúbio.

Do total de 150 cadeiras do Conselho Nacional da República Eslovaca, os atuais partidos do Governo reuniriam 61 deputados, enquanto a oposição de centro-direita obteria 79 assentos.

Apesar do intenso calor que fazia, a participação nas eleições se aproximou de 65%, contra 55% de quatro anos atrás, indicou à imprensa Livia Skultetyova, representante da Comissão Eleitoral Central.

Estavam inscritos 4,3 milhões de eleitores, de uma população total de 5,42 milhões, para escolher os 150 membros do Parlamento, com sede em Bratislava. Essas foram as quintas eleições legislativas no país após a cisão da Tchecoslováquia e consequente criação da República Eslovaca, em 1º de janeiro de 1993.

As eleições transcorreram sem incidentes significativos, embora em plena onda de intenso calor. Estima-se que os primeiros resultados preliminares indicativos sejam divulgados em breve. Já os resultados oficiais devem ser oficializados durante a manhã.

Keila Costa fica em 7.º em etapa da Liga Diamante

A brasileira Keila Costa ficou em sétimo lugar na prova do salto em distância da etapa de Nova York da Liga Diamante. A saltadora registrou a marca de 6,27 metros e não conseguiu subir ao pódio.

A vencedora da prova foi a americana Brianna Glenn, que saltou 6,78 metros. A medalha de prata ficou com a canadense Ruky Abdulai, com 6,66 metros. A americana Funmi Jimoh faturou o bronze, com 6,65 metros. A brasileira Maurren Maggi, campeã olímpica da prova, ainda se recupera de lesão na coxa direita e não participou da etapa.

A disputa mais esperada do dia ocorreu na prova feminina dos 200 metros rasos. A bicampeã olímpica Verónica Campbell-Brown, da Jamaica, superou a tricampeã mundial Allyson Felix, dos Estados Unidos, com o tempo de 21s98, o melhor da temporada até o momento. Felix registrou 22s02.

Foi somente a terceira vez que Campbell-Brown derrotou a rival. Contudo, as duas provas anteriores foram disputadas em Jogos Olímpicos.

Mesmo com queda de 80%, epidemia de dengue em SP é a pior da história

A epidemia de dengue no Estado de São Paulo já é a maior da história, aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, apesar de ter ocorrido uma queda de 80% do número de casos em maio em relação ao mês passado.
Balanço da Secretaria de Estado da Saúde divulgado na noite da última sexta-feira relatou um total de 121.270 casos notificados da doença em 2010, ante 92.345 que ocorreram em 2007, até então o pior ano de epidemia.

Os 98 óbitos deste ano também são recorde histórico, conforme já apontavam dados da pasta divulgados no início de maio. O levantamento mostra que 50 cidades paulistas concentram 78,6% das infecções em todo o Estado. O pico de casos ocorreu em março deste ano, com 44.920 infecções.

Do total de 121.270 casos confirmados entre janeiro e maio deste ano, 22.710 foram registrados no município de Ribeirão Preto e outros 11.185 em São José do Rio Preto. O Guarujá teve 8.048 ocorrências e Santos, 7.860.

A secretaria atribui o aumento à alta incidência de chuvas, especialmente nos três primeiros meses do ano, propícias à proliferação do mosquito da dengue.

No entanto, houve redução, em 2008, de ações de prevenção.

Zagueiro se machuca e deve desfalcar a Inglaterra

O zagueiro inglês Ledley King sofreu uma lesão na virilha na partida com os Estados Unidos, neste sábado, e virou dúvida para o próximo jogo da Inglaterra, contra a Argélia, na sexta-feira.

King se machucou durante o primeiro tempo e foi substituído no intervalo do jogo, por Jamie Carragher. O zagueiro sentiu dores no músculo adutor e não deverá estar em condições para a próxima rodada do Grupo C da Copa do Mundo.

"O médico me disse que ele tem problemas no adutor e que não estará em condições para o próximo jogo", declarou o técnico Fabio Capello, que não deu mais detalhes sobre a situação do atleta.

Se o desfalque for confirmado, o treinador sofrerá sua segunda perda na defesa. Antes do Mundial começar, o zagueiro e capitão Rio Ferdinand sofreu uma lesão durante um treino e precisou ser substituído na lista de convocados da Inglaterra.

Para a vaga de King, Capello tem a sua disposição Matthew Upson, Michael Dawson (que foi chamado para o lugar de Ferdinand), além do próprio Carragher, que jogou no segundo tempo da partida contra os americanos, ao lado de John Terry.

Governo interino do Quirguistão dá ordem de atirar para matar

O governo interino do Quirguistão deu neste sábado ordens de atirar para matar para as forças de segurança na tentativa de acabar com os confrontos étnicos que já causaram quase 80 mortes.

Milhares de membros da etnia uzbeque estão fugindo do que dizem ser gangues da etnia quirguiz na cidade de Osh, no sul do país.

Quase mil pessoas também foram feridas nos piores confrontos desde que o presidente Kurmanbek Bakiyev foi deposto, em abril.

A Rússia disse que não irá interferir na crise, apesar de um pedido do Quirguistão.

Segundo o correspondente da BBC, Rayhan Demytrie, há temores de que as autoridades não conseguirão conter a violência sem ajuda internacional.

Gangues

Testemunhas uzbeques disseram ao correspondente na fronteira com o Uzbequistão que gangues armadas estão vagando pelas redondezas, matando residentes e queimando casas.

"Nós precisamos de comida, nós precisamos de água. Eu tenho dois filhos e eles não pequenos e preciso de água e comida para sobreviver", apelou uma mulher.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que recebeu relatos de milhares de pessoas fugindo dos confrontos e saques.

"As coisas estão piorando a cada hora", disse o vice-chefe da missão da ONG no Quirguistão em um comunicado enviado à agência de notícias Associated Press.

"A eletricidade foi cortada, o que significa que também não há fornecimento de água. Lojas e mercados estão fechados, gerando temor de falta de comida, principalmente em hospitais e casas de detenção."

Rússia

A líder interina Roza Otunbayeva fez um pronunciamento em na televisão nacional para dizer que mandou uma carta ao presidente russo Dmitry Medviedev pedindo ajuda militar.

"A situação na região de Osh saiu do controle", disse ela.

"Tentativas de estabelecer um diálogo falharam e os confrontos e turbulências continuam", afirmou. "Nós precisamos de forças externas para conter os confrontos."

Uma porta-voz do governo russo, no entanto, disse que Moscou não está preparado para mandar tropas sob as circunstâncias atuais, mas que enviará ajuda humanitária.

"Trata-se de um conflito interno e por agora a Rússia não vê condições para tomar partido na resolução dele", disse.

A localização estratégica dessa ex-república soviética torna o país importante para Estados Unidos, Rússia e China.

EUA e Rússia possuem bases militares no país. A base americana em Manas é considerada vital para as operações do país no Afeganistão.

Brasil joga mal e perde para a Holanda na Liga Mundial


A seleção brasileira masculina de vôlei decepcionou neste sábado ao ser derrotada pela Holanda na Liga Mundial. Mesmo jogando em casa e com o apoio da torcida que lotou o Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, o Brasil teve uma atuação apagada e perdeu por 3 sets a 0 (26/24, 25/23 e 25/23), em partida válida pela fase de grupos da competição.
Com a derrota, o time do técnico Bernardinho perdeu uma invencibilidade que já durava 25 jogos. A seleção não era derrotada desde o dia 4 de julho do ano passado, quando caiu para a Finlândia. Além de inesperado, o revés deste sábado também deixou o Brasil em situação desconfortável na Liga Mundial.

Após três jogos, a seleção soma duas vitórias e uma derrota, com cinco pontos no Grupo A. Já a Holanda foi a nove pontos, manteve o 100% de aproveitamento e lidera a chave, que ainda tem a Bulgária com quatro pontos e a Coreia do Sul zerada. Apenas o primeiro colocado e o segundo melhor dos quatro grupos avançam à próxima fase.

No jogo deste domingo, o Brasil pagou por um início desatento, quando viu a Holanda abrir 15 a 9. O time de Bernardinho ainda chegou a empatar a parcial, mas viu os holandeses saírem na frente. O melhor set para os brasileiros foi o segundo. No entanto, a equipe visitante novamente mostrou força e abriu vantagem no fim para fazer 2 a 0, desmotivando os anfitriões na parcial seguinte.

A chance de vingar a derrota em casa virá já neste domingo. Brasil e Holanda voltam a se enfrentar no mesmo Ginásio Nilson Nelson, às 19 horas.

Frango de goleiro inglês define empate com os EUA na estreia do grupo C




O inglês Robert Green jamais vai esquecer do dia 12 de junho de 2010, do sábado frio de Rustenburgo quando teve possivelmente a principal falha de sua carreira. Num chute despretensioso de Dempsey da intermediária, o goleiro do West Ham deixou a bola escorrer pelas suas mãos, no lance que definiu o empate entre Inglaterra e EUA por 1 a 1 na primeira rodada do grupo C na Copa do Mundo.

O ‘frango’ é um instante quase mítico do futebol. A expressão clássica que identifica uma falha clamorosa de um goleiro mexe com a história do futebol quando é relata para descrever um lance.

Nos clipes de internet destinados ao futebol, ele é quase tão numeroso quanto às seleções de golaços. Neste sábado, o jargão genuinamente brasileiro ganhou um novo personagem: Green.

A Inglaterra de Fabio Capello havia mostrado força de favorita no duelo logo aos 3min do primeiro tempo, quando Gerrard aproveitou um buraco na defesa norte-americana para avançar com a bola na área e marcar na saída de Howard.

Repleto de ingleses, o estádio Royal Bafokeng na pequena Rustenburgo começou então a lembrar alguns dos ‘alçapões’ famosos da Premier League, comemorando a vantagem parcial.

Do banco de reservas, vestindo terno, o astro David Beckham ajudava seus companheiros com palmas, já que não pode jogar a Copa, em razão de uma lesão.

Mas ainda antes do intervalo veio o lance que consagrará Green na Inglaterra por anos, com o chute de esquerda de Dempsey, quase sem força para chegar ao gol, no primeiro ‘frango’ que a Copa da África do Sul testemunha.

De Wayne Rooney, grande estrela do English Team, nada de especial saiu no empate por 1 a 1. A não ser por um chapéu em um adversário, em lance já invalidado pela arbitragem correta do brasileiro Carlos Eugenio Simon.

Assim, os EUA mantêm a invencibilidade em Copas diante da Inglaterra, em confronto de países de relações históricas tão íntimas.

Antes do duelo deste sábado, o almanaque de Mundiais registrava a vitória norte-americana por 1 a 0 em 1950, em jogo em Belo Horizonte, considerado um dos resultados mais surpreendentes da história da Copa do Mundo. Os ‘inventores do futebol’ seguem sem vencer no confronto entre os dois times.

Dilma elogia Getúlio, alfineta FHC e promete "governo mais avançado da história"


Durante convenção do PDT para declarar apoio a sua candidatura à Presidência, a petista Dilma Rousseff elogiou neste sábado (12) ícones do partido aliado ao defender a presença do Estado na economia. A ex-pedetista citou Getúlio Vargas, Darcy Ribeiro e Leonel Brizola.

No único trecho crítico de seu discurso, a cerca de 10 mil pedetistas na capital paulista, a ex-ministra da Casa Civil, filiada ao PT há menos de uma década, também se referiu a uma frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Já houve quem dissesse que era necessário virar a página sobre o getulismo. Não se vira a página de quem nos deu a Petrobras, o BNDES, o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores”, afirmou.

Dilma estava acompanhada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, do candidato do PT ao governo de SP, Aloizio Mercadante, do pré-candidato pedetista ao governo do Paraná, Osmar Dias (que ainda não havia sinalizado apoio à candidata), e outros políticos das duas legendas.

Pedetistas que falaram antes de Dilma no palanque chamaram a pré-candidata de brizolista. No fim de sua vida, o ícone pedetista estava rompido com o governo Lula e era um feroz crítico do PT.

Ao defender bandeiras históricas do PDT, como questões trabalhistas e educação, Dilma reciclou ainda o slogan utilizado em 2006 na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Essa aliança PT-PDT vai vencer de novo com a força do povo. É essa força que vai permitir que façamos o governo mais avançado da nossa história.”

Dilma se disse emocionada ao reencontrar membros do partido no qual começou sua militância política e citou ainda o presidente deposto João Goulart, segundo ela, porque propunha progresso com Justiça social. “É este o nosso modelo de desenvolvimento.”

Como filiada do PDT, Dilma foi secretária da Fazenda de Porto Alegre, na gestão de Alceu Collares. Quando se elegeu governador, Dilma tornou-se secretária de Energia. A ex-ministra deixou a sigla pelo PT após uma divisão interna no RS.

Lotéricas oferecem financiamento de casa própria

Sábado...Dia de fazer aposta e pagar conta. "A gente aproveita e faz um monte de coisa: joga, paga, recebe faz tudo", fala Jurandir Lopes, aposentado.

Agora também dá pra ir à lotérica e fazer o financiamento da casa própria. Para oferecer o financiamento as lotéricas têm que se adaptar. Pelo menos um funcionário precisa ser treinado e o atendimento não pode ser feito no balcão, junto com as apostas e pagamento de contas. O espaço tem que ser separado um computador ligado ao sistema de financiamento.

O cliente que quiser saber se a lotérica é mesmo cadastrada pode pedir o contrato da casa de apostas com o banco. Quem for fazer o financiamento não precisa entrar na fila para ser atendido.

As lotéricas podem receber todos os documentos exigidos para aprovação do crédito. São eles: carteira de identidade, CPF, comprovante de renda e declaração do imposto, certidão de nascimento ou casamento e comprovante de residência. Depois disso, o valor da prestação é calculado e a lotérica dá entrada no pedido do cliente.

"Ele não tem qualquer custo adicional para fazer o financiamento nas lotéricas ou correspondentes”, diz Sidney Petek, gerente regional da CEF (Caixa Econômica Federal).

Por enquanto, das 10.300 mil lotéricas do país, 280 já oferecem o serviço. A expectativa é de que até o fim do ano todos os estados brasileiros tenham casas de apostas autorizadas a entrar com o pedido de empréstimo para a compra de imóvel.

Carlos procurou a lotérica do bairro, já está com o financiamento aprovado. Agora ele só vai ao banco para assinar o contrato.

"Você vai para casa, arruma a documentação, traz para eles. Eles acabam de encaminhar para o banco e em uma semana já está tudo certo”, explica Carlos Alberto de Almeida, advogado.

Hamilton quebra hegemonia da Red Bull no ano e crava a pole; Massa é 7º



A Red Bull chegou ao Canadá com sete pole positions em sete GPs na temporada 2010 da Fórmula 1. Neste sábado, no entanto, Lewis Hamilton quebrou a escrita e colocou a McLaren no primeiro posto para a prova deste domingo, às 13h (de Brasília).
O inglês conseguiu bater Mark Webber, que sai em segundo, ao fechar sua última volta com o melhor tempo do fim de semana: 1min15s105. Desde Abu-Dhabi, no encerramento da temporada 2009, Hamilton não liderava um treino classificatório. Já o australiano vinha de três poles seguidas e ficou logo à frente do companheiro Sebastian Vettel.

Felipe Massa teve um desempenho apenas regular. Após ficar em décimo no "Q2" e quase ser eliminado, fechou o sábado com a sétima colocação, perdendo o duelo interno Fernando Alonso, que sai em quarto.

Pelas equipes de menor destaque, entre os brasileiros o melhor foi Rubens Barrichello, que bateu inclusive o ex-companheiro de Ferrari Michael Schumacher. Ele larga duas posições à frente do heptacampeão, em 11º.

Mais atrás, Bruno Senna foi o antepenúltimo e sairá em 22º com a Hispania. Lucas Di Grassi teve problemas principalmente com o tráfego do "Q1" e sai em 23º, à frente apenas de Karun Chandhok, companheiro de Senna.
O TREINO

A primeira parte do treino não teve surpresas, com as novatas ocupando as últimas colocações. Bruno Senna e Lucas Di Grassi ficaram com a 22ª e 23ª colocações, respectivamente, quatro segundos atrás dos primeiros colocados, mas melhores que o indiano Karun Chandhok, que teve problemas e marcou apenas 1min27s757.
“O carro ficou pronto apenas cinco minutos antes e o segundo jogo de pneus eu não consegui aproveitar, porque tinha muito trânsito. Não pude fazer minha melhor volta, mas dá para recuperar na corrida”, explicou Di Grassi, à TV Globo.

Em seguida, para definir os dez classificados para o “Q3”, a McLaren de Hamilton e a Red Bull de Vettel dispararam na frente, andando na casa de 1min15s5. Kubica, que venceu o último GP, em 2008, mostrou a boa forma da Renault figurando em terceiro, mas foi passado por Alonso.

Michael Schumacher ficou fora, apenas com a 13ª colocação, dois postos atrás de Barrichello. O brasileiro Felipe Massa passou raspando, na décima colocação.

Na hora decisiva, Lewis Hamilton parecia liderar com folga, mas os minutos finais foram de emoção. Fernando Alonso chegou a liderar e foi batido por Webber. Já com o tempo encerrado, Hamilton fez uma última volta perfeita para garantir a primeira colocação.
CONFIRA OS 5 PRIMEIROS
PILOTO TEMPO
1. Lewis Hamilton (ING/McLaren) 1min15s105
2. Mark Webber (AUS/Red Bull) 1min15s373
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) 1min15s420
4. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) 1min15s435
5. Jenson Button (ING/McLaren) 1min15s520

Serra lança candidatura, compara Lula a Luís 14 e sugere que Dilma não tem voto


O PSDB oficializou na convenção nacional do partido neste sábado, em Salvador, o nome de José Serra como candidato à Presidência. Na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, os tucanos deram a largada para as eleições de outubro ainda sem uma definição de quem ocupará a vaga de vice.
Serra começou dizendo que aceitava a indicação para concorrer à Presidência pelo partido. Em seguida, o discurso teria como alvo, sem citar nomes, o presidente Lula e a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. “Nós acreditamos na democracia, e essa não é uma crença de ocasião”, disse.

O tucano citou o rei francês Luís 14, conhecido como o Rei-Sol, símbolo da personificação do Estado e a quem é atribuída a célebre frase “O Estado sou eu”, e o comparou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luis XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim", disse.

A citação indireta ao presidente tinha o objetivo de diminuir a importância da grande popularidade de Lula e uma eventual transferência de votos a Dilma. Segundo Serra, a pré-candidata não tem votos próprios e caiu de “paraquedas” nas eleições. "Fui quase tudo: secretário de estado, deputado constituinte, deputado federal, senador, ministro duas vezes, prefeito, governador. Tenho a honra e o orgulho de ter recebido, em minha vida, mais de 80 milhões de votos", disse.
Serra não poupou críticas ao presidente Lula e à política internacional brasileira. “Não fica bem contiuamente elogiar ditadores de todos os cantos do planeta. Só porque esses ditadores são aliados do partido do governo”, afirmou.

Lembrando o mensalão, o pré-candidato disse não acreditar que o poder corrompe os homens, mas sim que os homens corrompem o poder. "Acredito no Congresso Nacional como a principal arena do debate e do entendimento político, da negociação responsável sobre as novas leis, e não como arena de mensalões, compra de votos e de silêncios".

Serra enfatizou sua trajetória de vida e suas origens. "Venho de uma família pobre. Vim de baixo. Sempre falei pouco disso, e nunca com o objetivo de legitimar meus atos ou de inflar o mérito eventual dos meus progressos pessoais ou de minhas ações como político. Eu sou o que sou. Sem disfarces e sem truques", afirmou.

A convenção começou com cerca de duas horas de atraso. Serra chegou ao Centro Espanhol acompanhado do presidente tucano Sérgio Guerra, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), do pré-candidato ao governo de São Paulo Geraldo Alckmin e do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves.

"Pé de Serra"

O som predominante no evento foi o forró. No local foi instalada uma grande tenda branca, onde trios de forrozeiros e de repentistas se revezam na animação do público presente. Já na entrada uma grande faixa dá o tom do encontro com os dizeres “Forró pé de Serra”. A estimativa do presidente regional do partido, Antonio Imbassahy, é de que cerca de oito mil militantes tucanos e de partidos aliados prestigiaram o evento, desses, 600 são delegados.

Já a Polícia Militar estimou em sei mil o público presente. A militância do interior do Estado chegou à capital em cerca de 140 ônibus. O custo da festa é estimado pela direção nacional do PSDB em cerca de R$ 600 mil.

A fazenda sequestrada


A bela fazenda La Carolina, situada em uma antiga plantação de cana-de-açúcar do século 19, no Estado de Yaracuy, em plenas montanhas andinas da Venezuela, acaba de ser desapropriada pelo presidente Hugo Chávez. Comprada em 1989 por US$ 300 mil e reconstruída pelo diplomata Diego Arria, essa propriedade de 370 hectares já foi cantada nas páginas da Architectural Digest e consta do livro que reúne trabalhos do conhecido decorador colombiano Juan Montoya, editado pela Villegas Editores.
Alegando irregularidades no registro de propriedade, apesar de a fazenda ser produtiva (já foi premiada por ser modelo de sustentabilidade e de preservação ambiental, com plantação orgânica de café), nada deteve Hugo Chávez. Irritado com Arria, que, em recente Fórum Mundial pela Liberdade, em Oslo, o comparou aos piores ditadores da história, o presidente declarou em seu programa de TV, em rede nacional, que a fazenda do diplomata, que ele chama de "velho oligarca e ladrão", se parece com a do seriado americano Falcon Crest. Aproveitou para exibir ao país cenas de crianças brincando na piscina da "terra liberada" - que podem ser vistas no link http://www.youtube.com/watch?v=1T6whBpCv2w - e, com ironia, acrescentou que mandou benzer a água antes da farra. Mandou também um recado para o proprietário: "Para ter suas terras de volta, você terá, antes, de me enterrar. A fazenda pertence agora à revolução", exclamou, entre mais insultos à burguesia e à legalidade.

Diego Arria, que há 17 anos mora em Nova York, já foi prefeito de Caracas, congressista, ministro de estado, candidato à presidência em 1978, representante de seu país nas Nações Unidas e depois secretário-geral assistente da organização, além de presidente do Conselho de Segurança onde instaurou a "fórmula Arrias", um modo de flexibilizar e tornar mais informal a consulta entre os países-membros, não ficou calado. Qualificou a ação de Chávez como vingança política e lamentou que, por demagogia e propaganda pessoal, o presidente venezuelano esteja estimulando crianças a saquear e roubar a propriedade alheia. Contou que dez funcionários armados, depois de subjugar o responsável pela fazenda, se dirigiram ao quarto principal, onde um deles atirou-se na cama e pôs-se a comentar, em termos chulos, o que Chávez poderia fazer ali. Em outra ocasião, diante de um advogado, um dos capangas sacou da pistola e ameaçou o profissional dizendo que lhe sobravam balas.

Arria afirmou também que o "tenente coronel" não precisava tê-lo desafiado a enterrá-lo. "Dou-lhe de presente minha fazenda para que ele ali se aposente. Mas somente depois de devolver a paz e a Venezuela aos venezuelanos. Não tenho dúvidas de que Chávez, em breve, será um prontuário ambulante para as cortes internacionais de justiça."

Restauração. A fazenda La Carolina, que viveu seu apogeu na segunda metade do século 19, período da cana e do café, se deteriorou a partir do momento em que o petróleo foi descoberto no país, em 1920. Quando adquirida pelo diplomata, em 1987, apenas duas estruturas destelhadas e um pátio com chão de lajotas rústicas próprias para a secagem do café existiam no terreno. A ideia de Juan Montoya e do arquiteto venezuelano Nelson Douiahi foi, além de restaurar as duas ruínas, construir quatro unidades em volta de um grande pátio, com capela, estábulo, salas de estar, armazém, ala da família e de hóspedes, de modo a criar um conjunto que parecesse uma vila de interior no mesmo estilo despojado do passado.

Onde era antes um galpão para armazenar cana, foi criada a suíte principal. No começo da reforma, desconfiados da ideia de ter o quarto num local de pé-direito tão alto, os Arrias se deixaram convencer por Montoya, conhecido por seu dom de dar novo sentido a espaços inicialmente destinados a outras funções.

O que se quis, ao preservar os traços do passado, foi basicamente manter a rusticidade da fazenda. Os tetos são forrados ou com ripas de madeira ou com varas de bambu. Vigas de madeira sustentam a construção e servem de terminação no alto das portas internas. Os apliques de luz arredondados, que mais parecem fazer parte da parede, iluminam com discrição e sem destoar da estrutura. As lindas e originais lajotas de barro em forma de um oito que se encaixam no chão de modo pouco usual foram reproduzidas a partir de algumas antigas encontradas no local.

Na decoração, onde a maioria dos tapetes é de sisal, belas urnas de terracota pré-colombiana compõem uma valiosa coleção. Eram expostas sobre um degrau de alvenaria formando um grande L ao longo da parte inferior das paredes do extenso salão onde dois enormes ventiladores pendem do teto alto. Apenas um divã de ferro na transversal separava o ambiente de ler e relaxar daquele de se tocar e ouvir música. E havia belos móveis e objetos, ou antigos, ou então reproduzidos por artesãos locais, para enriquecer e aportar qualidade a esse ambiente isento de maior luxo ou pretensão. Havia assim, a escrivaninha do século 19, que servia de base para as garrafas antigas de cristal, os espelhos mexicanos sobre as pias, as mesas vestidas com antigas toalhas brancas bordadas e a coleção de porcelana azul e branca que enfeitava e trazia alegria à sala do café da manhã. Nos vasos, sempre flores colhidas no campo. Penduradas, gaiolas coloridas decoravam o ambiente. Nas varandas que rodeiam a casa, muitas redes em cores vivas mas tecidas de forma bem diferente das nossas nordestinas.

Homenagem à filha morta. Arria tem três filhas que ali cresceram. Uma quarta, que morreu cedo e se chamava Carolina, deu nome à fazenda e à pequena capela, com imagens que a família espera não terem sido também roubadas. Sabe-se que as roupas, os quadros, o mobiliário, as fotos e as lembranças dos Arrias já se foram, assim como quatro cavalos. Consta que as vacas e os cavalos de montaria estariam sendo doados como se a ninguém pertencessem.

Será de muito lamentar o desaparecimento ou a destruição de uma figura religiosa colombiana de um apóstolo do século 18 e de um fragmento de altar dourado do período colonial, quase beirando o teto, que enriqueciam um décor agora ameaçado de extinção pela ira de Hugo Chávez e que tem o sabor amargo da tão retrógrada revolução cultural chinesa.

Messi joga como no Barcelona e conduz Argentina à vitória contra a Nigéria



Começou a se desfazer neste sábado um dos grandes enigmas do futebol mundial: seria Messi capaz de exibir na seleção da Argentina o mesmo talento que o transformou no melhor jogador do mundo, atuando pelo Barcelona?

Seguro, inspirado, à vontade, o baixinho argentino fez uma grande partida contra a Nigéria, sendo decisivo na vitória por 1 a 0, neste sábado, no Ellis Park, em Johanesburgo.

O atacante argentino só não fez gol. Deu as suas famosas arrancadas, conduzindo a bola com habilidade. Driblou. Serviu Higuain um sem número de vezes. Sofreu e bateu faltas. Atuou pela esquerda, como gosta, caiu pelo meio e até armou jogadas pela direita. Em resumo, chamou o jogo para si.

O lateral Daniel Alves foi o último a constatar que, até então, Messi ainda não havia provado a sua capacidade na seleção argentina.

No jogo de provocações estabelecido na África do Sul entre brasileiros e argentinos, Daniel Alves acertou na canela dos argentinos ao declarar que não apenas o craque do time não joga nada na azul-celeste como, ainda por cima, o Barcelona é melhor que a Argentina.

O gol de Heinze aos 6 minutos do primeiro tempo acabou levando a Argentina a diminuir o ímpeto muito cedo, que a levou a correr alguns riscos e eventualmente sofrer o gol de empate.

Mas seria um resultado injusto, em relação ao que ambas as equipes mostraram. A Nigéria mostrou pouca qualidade, além da conhecida força e velocidade.

Milhares de argentinos vieram ao Ellis Park prestigiar a seleção. Cobriram o estádio com faixas como se estivessem em casa e cantaram o tempo todo. Do lado da Nigéria, também não faltou animação – e vuvuzelas.

Com essa vitória, a Argentina fica na segunda colocação do grupo B, com os mesmos três pontos da Coreia do Sul, mas como a seleção asiática marcou dois gols sobre a Grécia na partida partida do dia, fica à frente na tabela.

Procuradora acusada de torturar filha adotiva diz que é perseguida pela imprensa

Durante interrogatório na noite desta sexta-feira, 11, ao juiz Mario Henrique Mazza, da 32º Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, a procuradora aposentada Vera Lúcia Sant'Anna Gomes negou todas as acusações da denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual, disse desconhecer como as lesões apareceram na criança e atribuiu à imprensa todo o sofrimento pelo qual vem passando. O interrogatório teve início às 19h30 e durou cerca de uma hora e vinte minutos, segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio.

"Há apenas um fato verdadeiro na denúncia. Eu realmente xinguei a menina por estar muito nervosa. Me arrependo profundamente. Nunca bati nela, nunca a agredi. O resto é culpa da imprensa, que vem fazendo sensacionalismo com o caso. Já me sinto julgada e condenada pela mídia. Hoje sou jurada de morte. Nem no presídio posso circular livremente", disse a ré.

Ao ser indagada pelo juiz Mário Henrique Mazza sobre o que teria levado as quatro empregadas a acusá-la, Vera Lúcia não soube responder. Para a procuradora aposentada, que afirmou ter dificuldades na relação com empregados, ela está sendo vítima de um complô.

"Também gostaria muito de saber por que estão fazendo isso. Para mim, isso é um grande mistério. Acredito que a relação patroa-empregada é muito complicada. Ainda mais entre mulheres. Há muito inveja, ciúmes", finalizou.

O juiz abriu prazo para que o Ministério Público e a defesa apresentem alegações finais por escrito. Cada um terá cinco dias, a partir de segunda-feira, para se manifestar.

Acusação

A primeira testemunha de acusação a depor foi a ex-empregada doméstica da procuradora, Luzia. Ela contou que Vera Lúcia já havia comentado que gostaria de adotar uma criança para ter para quem deixar sua herança, por não ter marido, filhos, nem pais.

Segundo a empregada, Vera Lúcia batia no rosto da criança quando, de manhã, ela não respondia ao seu "bom dia"; quando se assustava com os bichos da casa - dois gatos e um cachorro - e quando não queria comer toda a refeição que estava no prato. Luzia disse ainda que várias vezes a procuradora agredia verbalmente a menina, chamando-a de "vaquinha", "cachorra", "prostituta igual à mãe", entre outros xingamentos.

Além de Luzia, outras cinco testemunhas de acusação depuseram nesta sexta-feira. A doméstica Sidilania confirmou ter presenciado várias agressões físicas e verbais contra a criança, sendo que em uma delas a menina ficou com a boca sangrando devido a um forte tapa dado em seu rosto pela procuradora. A diarista Camila, que trabalhou durante um fim de semana na casa da procuradora, disse também ter visto a ré dar tapas na criança.

A psicóloga Patricia, que foi à casa da ré em Ipanema com a equipe do Juizado verificar denúncia de maus tratos a uma criança, disse que ficou muito impressionada com o que viu, apesar dos seus 11 anos de trabalho na Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital. Ela encontrou a menina sentada numa cadeira inadequada para a sua idade, comendo uma comida fria, com o rosto desfigurado e os olhos muito inchados. Quando perguntada quem teria machucado, a menina teria dito que "foi a mamãe Vera".

A assistente social Yara, do Educandário onde vivia a menina antes de ser entregue, de forma provisória à procuradora, disse ter ficado indignada com o estado de retorno da vítima, que apresentava o rosto muito machucado e inchado, não podendo nem abrir os olhos. Falou que a menina saiu do abrigo em perfeito estado de saúde e que sempre interagiu com as coleguinhas e funcionárias do abrigo, e que a menina voltou assustada, mas que ficou feliz quando viu as pessoas que já conhecia.

Defesa

Foram ouvidas quatro testemunhas de defesa. O primeiro a depor foi o professor de Tarot Alexandre. Ele disse que, em momento algum, viu Vera Lúcia agredir a menina, tanto a nível físico quanto psicológico. Falou que sabe que Vera Lúcia tem um temperamento forte, mas que sempre foi gentil com ele, tendo uma boa relação com a ré. E que viu a criança umas quatro vezes, quando ia à casa da acusada, uma vez por semana, dar aulas de Tarot a ela.

Em seguida, depôs a psicóloga I.M., que disse ter tido uns dois contatos profissionais com a acusada e a criança. Ela acredita que o objetivo da procuradora era de melhorar o relacionamento dela com a menina e contribuir para o desenvolvimento da vítima.

A cabeleireira da acusada, Márcia, disse não ter nada contra ela e que viu a menina uma vez, na casa dela. Ela comentou que chegando lá, viu a procuradora muito feliz por ter conseguido a guarda provisória da menina, e que ela mesma a levou até ao seu quarto onde mostrou os seus brinquedos. A cabeleireira falou ainda que não acredita que a procuradora tenha feito as agressões. Mas, confirmou ter reconhecido a voz dela no vídeo mostrado na televisão.

O último depoimento foi o do atual motorista da ré, Claucio, que disse estar trabalhando para a procuradora desde abril e que nunca viu a menina, pois quando foi admitido, ela já tinha voltado para o abrigo. Completou o seu relato dizendo que a ré sempre foi muito educada com ele e que num momento de desabafo disse que sentia muita falta da menina e também preocupação.

Realizado, Léo Moura festeja cinco anos de Flamengo


O lateral-direito Léo Moura comemora neste sábado, Dia dos Namorados, cinco anos de sua estreia com a camisa do Flamengo. Campeão brasileiro com o time carioca em 2009, o jogador fez sua primeira partida pelo clube em uma derrota de 4 a 2 para o Corinthians, em 2005. De lá para cá, além da conquista nacional, conquistou as taças da Copa do Brasil, em 2006, e do Campeonato Carioca em 2007, 2008 e 2009.
Realizado pelos feitos que obteve no Flamengo, Léo Moura revelou que pretende até terminar a sua trajetória profissional pelo clube. "Passou muito rápido e parece que cheguei aqui ontem. Foram coisas positivas. Tirando o primeiro ano, que foi muito difícil, o resto foi repleto de títulos e glórias. É difícil ficar cinco anos num clube. Nunca tinha ficado mais de um ano e quero, se Deus quiser, encerrar a carreira aqui", afirmou o jogador, de 31 anos, em entrevista publicada pelo site oficial da equipe carioca.

Léo Moura já disputou 279 partidas pelo Flamengo, tendo marcado 37 gols e dado 51 assistências, segundo dados coletados pelo clube. Para seguir sua trajetória vitoriosa na equipe da Gávea, o atleta fez um pedido à diretoria flamenguista, que agora terá como comandante o ex-jogador Zico, maior ídolo da história do time.

"Colocamos todos os títulos como obrigação e temos jogadores para isso. Precisamos de jogadores qualificados sempre. Somos o atual campeão (brasileiro) e tudo isso dificulta. Hoje somos muito mais visados. Mas vamos voltar no pique total (após a pausa por causa da Copa do Mundo) para chegarmos novamente na Libertadores. Alguns jogadores estão terminando o contrato e queria muito que o Flamengo fizesse todos os esforços para que eles continuassem no clube. Eles sempre vão ver um companheiro correndo por eles e fazendo o melhor", reforçou o lateral.

Pushkin e Tolstói, duas faces do drama russo

Tolstói (1828-1910) e Pushkin (1799-1837) guardam em comum o fato de terem sido aristocratas rebeldes vivendo em duas épocas particularmente turbulentas na Rússia. Mais do que isso, impressiona como o conde Liev Tolstói, de certo modo, seguiu o roteiro - amoroso, político, filosófico - da vida de Alexander Pushkin e como a sua literatura lida com temas que seu antecessor não teve tempo para desenvolver. No ano do centenário de morte de Tolstói, que começou a ser comemorado em janeiro com a estreia de A Última Estação - filme sobre seus últimos dias dirigido pelo americano Michael Hoffman -, mais uma coincidência liga os dois grandes escritores: Ressurreição, o derradeiro romance de Tolstói, chega às livrarias brasileiras pela primeira vez traduzido diretamente do russo por Rubens Figueiredo, coincidindo com o lançamento da obra-prima de Pushkin, Eugênio Oneguin, que ganha sua primeira tradução brasileira por Dário Castro Alves.

Coreia passeia, vence na estreia pela 3ª vez e mostra porque a Grécia ainda não marcou em Copas


Os tempos da Grécia campeã europeia de 2004 passaram há muito tempo. E quem assistiu ao jogo de estreia do time de Otto Rehhagel entendeu não apenas isso, mas também o motivo dos gregos nunca terem marcado um gol em Copas do Mundo. Neste sábado, a Coreia do Sul passeou.

Venceu em sua estreia em Mundiais pela terceira vez seguida, fez 2 a 0 e perdeu várias chances. Foi o primeiro jogo do Grupo B da Copa do Mundo da África do Sul e, ainda mais importante, foi a primeira vitória do torneio. Na sexta-feira, dois empates abriram o Mundial. Na sequência, Argentina e Nigéria fecham a rodada de abertura da chave.

O primeiro gol, de Jung-soo, foi logo no comecinho do jogo, aos 14 minutos, após um cruzamento na área. Isso mesmo: os sul-coreanos estrearam o placar usando justamente a maior arma grega, as bolas alçadas na área.

Neste jogo, Rehhagel escalou Charisteas, de 1,91m, Samaras, 1,92m, e Gekas, 1,80m, para comandar o ataque e, no segundo tempo, ainda mandou outro gigante para o gramado: Kapetanos, 1,90. O único baixinho do ataque grego é Salpingidis, de 1,71m, que também jogou na etapa final.

O maior problema para os europeus, porém, não foram as bolas áreas, mas a velocidade – essa, sim, uma característica histórica dos times sul-coreanos. Principalmente no primeiro tempo, a Coreia mostrou um jogo rápido de contra-ataque.

Sempre que roubavam a bola, os coreanos partiam a "mil por hora" para o ataque. Os principais alvos dos lançamentos eram Park Ji-Sung, o meio-campista incansável do Manchester United, e o lateral Cha Do-Ri – filho de Cha Bum-kun, ídolo sul-coreano dos anos 80.

O segundo gol foi justamente assim. Park, que parece estar em todos os lados do campo, interceptou um passe de Vyntra, ganhou na velocidade e tocou na saída do goleiro. Foi no segundo tempo, aos 7min, mas poderia ter saído ainda antes. No primeiro tempo, Chu-young e Chung-yong poderiam ter marcado, perdendos gols na cara de Tzorvas.

Bom para os gregos, só o fim do segundo tempo. Quando Rehhagel colocou Salpingidis em campo, o time ganhou movimentação no ataque. Continuou ameaçando pouco, mas pelo menos teve duas chances na cara do goleiro rival, o dobro do que aconteceu no primeiro tempo.

O resultado no primeiro jogo repete a história das últimas Copas das duas seleções: a Coreia venceu pela terceira na estreia do Mundial (em 2002, bateu a Polônia por 2 a 0. Em 2006, fez 2 a 1 no Togo). Já a Grécia continua sem nunca ter marcado um gol em Mundiais - o time só jogou em 1994.

COPA-Atrito entre jogadores faz Dunga fechar treino da seleção

O técnico Dunga decidiu proibir a entrada da imprensa no treino da seleção brasileira na tarde desde sábado na África do Sul, após os jogadores Daniel Alves e Julio Baptista se desentenderem por uma jogada mais dura na atividade de sexta-feira.

O treino na Randburg High School constava na programação da seleção brasileira como aberto para a mídia, mas o anúncio de que a prática seria com os portões fechados foi feito pelo volante Felipe Melo ao final da entrevista coletiva que antecedeu o treinamento.

Um integrante da delegação brasileira, que pediu não ser identificado, disse que a decisão do treinador de fechar o treinamento pode ter ligação com a repercussão do desentendimento entre Daniel Alves e Julio Baptista na véspera.

No lance, Julio Baptista estava com a bola dominada e levou uma falta por trás do lateral. Os dois tiverem uma breve discussão após a jogada, e voltaram a conversar sobre o lance enquanto deixavam o treinamento.

Segundo a fonte, os jogadores e a comissão técnica consideraram um "exagero" da imprensa afirmar que os dois jogadores teriam se desentendido.

"Acredito que é por isso sim", disse a fonte, ao ser perguntada se a decisão do técnico Dunga de fechar o treino seria uma consequência do incidente entre os dois jogadores.

O volante Felipe Melo confirmou que os jogadores da seleção brasileira ficaram chateados com a repercussão na mídia do incidente entre Daniel Alves e Julio Baptista.

"Acho isso uma palhaçada. Dentro de um campo de futebol é normal ter uma entrada mais ríspida, no futebol acontece isso", disse ele a jornalistas. "Não existe problema nenhum aqui, a gente vive uma harmonia muito grande."

O lance entre os dois jogadores no treino de sexta-feira foi o segundo desentendimento num treino da seleção na preparação para a Copa do Mundo. Na primeira semana da equipe na África do Sul, Felipe Melo e Kaká também se estranharam em campo após uma dividida, na qual Robinho também estava envolvido.

Kaká e Felipe Melo inclusive se abraçaram ao final de um outro treino, virados para os fotógrafos, para colocar um ponto final na polêmica.

Esse será o segundo treino fechado da seleção brasileira em Johanesburgo. Na quinta-feira, o treinador comandou uma atividade fechada pela manhã também na Randburg High School, na qual, segundo os jogadores, a equipe treinou jogadas de bola parada, sem nenhuma mudança no time titular.

Brasil ignora ameaça dos EUA e enviará etanol a Teerã

WASHINGTON - Na percepção do Itamaraty, as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irã não restringem a exportação de etanol para o país persa. "Vamos exportar para onde quisermos, nossa prioridade é abrir mercados", disse uma fonte do governo. "As sanções da ONU não proíbem a venda de etanol, então não sei porque haveria problema. O Brasil não vai se impor sanções voluntárias", afirma.

Mas a mesma fonte oficial declara que a decisão de exportar obviamente fica a cargo do setor privado, que decide para quem vender, pesando riscos de sofrer eventuais retaliações dos EUA. Os empresários brasileiros, por sua vez, não têm nenhuma intenção de exportar etanol para o Irã. Adhemar Altieri, diretor de comunicações da Unica, entidade que representa produtores de etanol, disse que não há projeto nem de curto nem de longo prazos de vender etanol para o Irã. "Nunca mandamos uma gota de etanol para o Irã", disse. "Se for para exportar, optaremos por mercados prioritários, que importam maior volume."

Na quarta-feira, os EUA afirmaram que "não seria uma boa ideia" o Brasil vender etanol ao Irã. "Isso seria muito arriscado, já que a sanção aprovada pela ONU reconhece que há uma ligação potencial entre o setor de energia do Irã e atividades de proliferação (nuclear)", disse um alto funcionário da Casa Branca.

A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã em abril. Mas os usineiros do Brasil não querem nem chegar perto do mercado iraniano. Uma aproximação com o Irã poderia dificultar a redução da tarifa sobre etanol cobrada pelos EUA. O poderoso lobby pró-Israel do Congresso dos EUA já indicou que deixará de apoiar a abertura do mercado americano para o etanol brasileiro caso a aproximação com o Irã avance.

Seleção espanhola está confiante no retorno de Iniesta


Meia tem uma lesão na coxa direita e tenta se recuperar para a estreia na Copa do Mundo, na próxima quarta
Andres Iniesta segue lutando para se recuperar à estreia espanhola na Copa do Mundo, na quarta-feira, após sentir uma lesão na coxa direita na goleada sobre a Polônia por 6 a 0. E no que depender da confiança de seus companheiros, o meia estará pronto para enfrentar a Suíça.
Para o atacante David Silva, a recuperação de Iniesta está sendo rápida. "Ele está muito bem. É um jogador importantíssimo para nossa equipe e chegará em sua melhor condição. Podemos ver que ele está contente. Graças a Deus está se recuperando, quando antes voltar melhor. É um grande jogador e nos dará muitas alegrias", afirmou o jogador neste sábado.

Depois de fazer exercícios físicos separado do grupo na sexta-feira, no primeiro dia da Espanha na África do Sul, Iniesta foi a campo neste sábado, deu algumas pequenas corridas e fez uma rápida atividade com bola.

Janelle Monáe sai do gueto para assombrar os EUA


Em uma noite de terça-feira do mês passado, cerca de 3 milhões de americanos bocejavam ao assistir às últimas piadas do Late Show With David Letterman quando Janelle Monáe, trajando smoking e um audacioso tufo de cabelo, subiu ao palco do programa para roubar-lhes o sono. A falta de entusiasmo de Letterman, que já se preparava para encerrar o expediente, durou pouco. Monáe fez uma pose, lançou mão do microfone como se fosse tirá-lo para dançar e embarcou em uma incendiária versão de Tightrope, o contagiante single que virou unanimidade entre críticos e ouvintes desde seu lançamento, em maio.

Quem não sucumbiu ao travesseiro presenciou, em TV aberta, um raro sinal de vida inteligente no universo das grandes gravadoras (Monáe tem contrato com a Atlantic), além de uma afirmação de que o pop de alto nível pode sim cair no gosto das massas. Dona de uma afinação impecável, Monáe, de 24 anos, cantou e pairou pelo palco com a elegância de Sammy Davis Jr., oferecendo sua esfuziante mescla de funk e R&B ao movimentar-se, leve e malandra, como um menino sapeca, um Robinho a pedalar sobre a bola.

Embora o apelo pop esteja presente, Monáe em nada lembra o rebolado vulgar de divas da MTV, tampouco toma parte na estética machista do hip-hop comercial. Seu show business está em outra categoria. Se esquivando da maquiagem de produção excessiva, ela o faz com rigor e disciplina, colocando o talento em primeiro plano como na escola de Michael Jackson e James Brown, a quem fez referência quando um assistente surgiu no palco para cobri-la com uma capa.

Ao fim da apresentação, seu produtor, o rapper Sean "Diddy" Combs (vulgo Puff Daddy), cuja humildade não é o ponto forte, se curvou à sua frente.

Mas todo o rebuliço seria apenas mais um salve à excelente geração do neo soul, gênero de artistas como Erykah Badu e Maxwell, não fosse o disco que Monáe acaba de lançar. Coroado pela crítica de publicações como Pitchfork, Paste e o L.A. Times, o ambicioso The Archandroid adiciona uma nova dimensão a seu talento: mistura pop, funk, trilha sonora, rock psicodélico, jazz orquestral e canções pastorais em uma narrativa futurista que tem como ponto de partida o clássico de ficção científica Metropolis (1927), de Fritz Lang. É um disco conceitual como The Wall do Pink Floyd e The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, de David Bowie.

A sequência das canções conta a história da androide Cindi Mayweather, que se apaixona por um humano e tem de escapar da polícia para não ser desativada. Mayweather passa a ser uma robô/messias, tendo como missão a libertação de classes oprimidas.

É um tema que ressoa na vida da cantora, que cresceu em uma família negra de classe média nos subúrbios de Kansas City e viu sua música como uma arma na luta contra o preconceito. "Eu sempre senti que tinha de ser uma líder, que com a minha música daria liberdade e esperança a uma comunidade que, para ser politicamente correta, é um pouco desfavorecida", disse em entrevista ao site Reelblack, em 2008.

Pai viciado. Monáe aprendeu a cantar na igreja e teve de ajudar sua família desde cedo com o dinheiro que ganhava em competições de canto. Seu pai era viciado em drogas e sua mãe pouco ganhava como faxineira.

Em 2004, mudou-se para Nova York, onde recebeu uma bolsa da American Musical & Dramatic Academy, mas, desinteressada em seguir carreira como atriz de musicais, largou os estudos para se concentrar na concepção de um novo tipo de musical. Migrou para Atlanta, cidade conhecida como a nova Motown, onde após um de seus shows, foi abordada pelo rapper Antwan "Big Boi" Patton, do duo Outkast, que a chamou para participar do disco Idlewild.

O hip-hop altamente criativo do Outkast, que em Idlewild funciona também como trilha sonora de um musical, serviu de inspiração para o conceito de narrativa sonora que germinava na imaginação de Monáe.

Impressionado com o talento da cantora, Big Boi produziu o primeiro trabalho de Monáe, o EP Metropolis: The Chase Suite, que contém a parte inicial da saga que continua em The Archandroid. O single do álbum foi indicado para um Grammy de melhor performance e rendeu a Monáe o impulso necessário para que embarcasse na produção de seu primeiro disco.

The Archandroid une quase todas as vertentes da música pop, mas sem abrir mão de suas raízes no som de Stevie Wonder e de Michael Jackson. É a consequência inevitável para uma artista negra que, com o pé na cozinha, desafia a banalidade em que caiu a palavra categoria.