O governo iraquiano descartou uma proposta turca destinada a realizar uma operação militar conjunta contra as posições do grupo armado PKK no Iraque, informou nesta segunda-feira, 5, a imprensa turca, que cita fontes do Exército de Bagdá.
Calcula-se que cerca de 5 mil membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) se encontram na Região Autônoma do Curdistão Iraquiano, especialmente nas montanhas Kandil, próximas à fronteira iraniana e onde se refugia sua cúpula militar.
Nos últimos dois meses os ataques do grupo curdo aumentaram de forma considerável, provocando a morte de mais de 50 pessoas, em sua maioria agentes das forças de segurança e do Exército turco, motivo pelo qual a opção de atacar por terra as bases do PKK no norte do Iraque, tal como foi feito em fevereiro de 2008, voltou à agenda política da Turquia.
O último ataque aéreo a estas bases do grupo turco aconteceu na última madrugada entre quinta e sexta, informou o Estado Maior do Exército turco.
Em uma intervenção durante o fim de semana, o vice-primeiro-ministro truco, Cemil Çiçek, assegurou que este tipo de operação "continuará todo o tempo em que for necessário".
"Entretanto, Bagdá voltou a negar seu apoio às "intervenções transfronteiriças" da Turquia, considerando que violam sua soberania.
O Iraque tampouco realizará uma ação militar conjunta contra o PKK, já que isso poderia acirrar a inimizade da população curda em um país profundamente dividido em diferentes etnias e grupos religiosos.
O porta-voz do governo iraquiano, Ali Al Dabbagh, instou Ancara a solucionar seus problemas dentro do marco do chamado "mecanismo tripartido", que agrupam representantes dos Estados Unidos, Turquia e Iraque.
"Para que o problema se resolva por vias apropriadas, deve-se continuar buscando uma solução (para o conflito curso)", afirmou Al Dabbagh.
O PKK, considerado um grupo terrorista pelos EUA, UE e Turquia, pegou nas armas em 1984, para reclamar a independência dos mais de 12 milhões de curdos que habitam o país euroasiático.
Desde então, cerca de 42 mil pessoas (dos quais, cerca de 6 mil civis) morreram na guerra não declarada que enfrentam os rebeldes curdos contra as forças de segurança turcas.
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