segunda-feira, 21 de junho de 2010

Rio Grande do Norte perde Dona Militana


O Rio Grande do Norte e principalmente a população de São Gonçalo do Amarante está de luto. A cantora de versos Dona Militana, conhecida como "a maior romanceira do Brasil", falaceu neste sábado (19).

O corpo da romanceira foi velado no Teatro Municipal Prefeito Poti Cavalcanti. O enterro foi ontem às 14h na igreja da cidade.

O governador Iberê Ferreira de Sousa, publicou nota lamentando a perda para a cultura do Estado:

"Dona Militana foi uma das mais autênticas expressões da cultura popular do Rio Grande do Norte. É com profunda consternação que estendo meus sinceros sentimentos aos familiares dessa mulher que, através de sua arte tão simples e por isso mesmo encantadora, enalteceu o nome do nosso estado. Uma pessoa humilde, que com seu talento enriqueceu a cultura do Rio Grande do Norte. A memória de Dona Militana permanecerá viva entre aqueles que a conheceram."

O prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado, também divulgou nota de pesar pelo falecimento de Dona Militana:

"Neste momento de pesar, em que ainda lamentamos a morte de Dona Militana, quero ser solidário primeiramente aos familiares, e também ao povo de São Gonçalo do Amarante que perdeu a sua filha mais ilustre. A simplicidade e autenticidade foram as marcas dessa são gonçalense que parte deixando um vazio na cultura do nosso Estado, mas deixa um grande legado. Com seu talento peculiar Dona Militana conseguiu elevar o nome de São Gonçalo, fazendo com que a Terra dos Mártires ficasse conhecida também como o local de nascimento e morte da maior Romanceira do Brasil. Apesar do sentimento de tristeza é com o coração cheio de orgulho que rendemos as nossas mais sinceras homenagens a esta mulher que se tornou o símbolo da cultura popular de São Gonçalo do Amarante e um dos ícones da cultura do país."

Histórico

Ela nasceu Militana Salustino do Nascimento, mas hoje é conhecida como Dona Militana, a maior Romanceira do Brasil. Militana nasceu no sítio Oiteiros, na comunidade de Santo Antônio dos Barreiros, em 19 de março de 1925. O dom do canto ela herdou do pai, Atanásio Salustino do Nascimento, uma figura folclórica de São Gonçalo, mestre dos Fandangos. Dona Militana gravou na memória os cantos executados pelo pai. São romances originários de uma cultura medieval e ibérica, que narram os feitos de bravos guerreiros e contam histórias de reis, princesas, duques e duquesas. Além de romances, Militana canta modinhas, coco, xácaras, moirão, toadas de boi, aboios e fandangos.

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